O dispensacionalismo é um sistema teológico que apresenta uma interpretação literal das Escrituras, em particular da profecia bíblica. Ele faz distinção entre Israel e a Igreja de Cristo.
Os Dispensacionalistas sustentam que seu princípio hermenêutico é o da interpretação literal. “Explanação Literal” significa dar a cada palavra o significado que regularmente teria no uso habitual.
Símbolos e figuras de linguagem, neste método, são todos interpretados de forma simples e óbvia, e de forma alguma se opõem à interpretação literal.
Mesmo os simbolismos e falas figurativas possuem em sua base significados literais.
Este sistema é aceito facilmente no meio evangelístico.
Porém, o dispensacionalismo algumas falhas gritantes, como a que afirma que a Igreja é um povo escolhido de Deus e Israel é outro povo.
Então, na divisão dispensacionalista dos tempos, o Senhor vai tratar de forma diferente com Israel, assim que, segundo eles acabar a Era da Igreja.
Só nessa frase anterior temos disparidades tão grandes que o estudante da Bíblia pode ficar horrorizado com a distorção que se fez dos ensinos bíblicos.
Até o século 19, essas doutrinas não existiam, como se lê facilmente nos documentos da Reforma Protestante.
Quando surgiu o dispensacionalismo?
Esta doutrina foi inicialmente elaborada por John Nelson Darby. Darby foi um pregador extremamente popular entre os Irmãos de Plymouth e o fundador dos Irmãos Exclusivos.
Ele é considerado o pai do moderno Dispensacionalismo.
A teologia do arrebatamento pré-tribulacional foi popularizada extensivamente na década de 1830 por John Nelson Darby e os Irmãos de Plymouth.
Mas foi com Cyrus Ingerson Scofield, ministro religioso e escritor do best-seller, Bíblia de Referência Scofield, que esta doutrina se popularizou entre os fundamentalistas cristãos.
Criou-se então um nova doutrina, desconhecida de 18 séculos anteriores. O próprio Apocalipse alerta para não se acrescentar ou se retirar nenhuma porção da Bíblia.
As Cartas de Apocalipse
O dispensacionalismo enxerga, que as sete cartas de Apocalipse são sete eras históricas e que elas não dizem respeito a Apocalipse.
É estranho considerar que as cartas apocalípticas são endereçadas para a Congregação de todos os tempos, mas não são para os tempos que o livro de Apocalipse aponta.
Isso, por si só é extremamente controverso, pois se um assunto qualquer estiver em um livro da Bíblia, então o livro está tratando daquilo que é pertinente ao que se está falando.
Por exemplo, em 1 Corintios 14 fala sobre os dons da palavra e sobre o dom de línguas que deve vir obrigatoriamente com o dom da interpretação.
Com esta singular apresentação, o dispensacionalismo entende que a passagem de I Coríntios 14 não é para os tempos dos Coríntios.
Isto equivale a sustentar que é um erro bíblico as Sete Cartas de Apocalipse estar aí inseridas. Isto é claramente um absurdo!
Dificuldade de interpretação
Realmente Apocalipse é um livro difícil de entendimento, principalmente porque foi inteiro escrito em forma de visões proféticas.
João foi levado ao Céu e lá do Céu teve relevações da Terra. Se fosse o contrário nós compreenderíamos perfeitamente.
Se João estivesse na Terra tendo visões do Céu, nos seria dito fatos em forma humana, para compreendermos, como os que definem o Céu como tendo ruas de ouro e cristal – o que pode ser descrito assim só para o nosso entendimento mínimo do assunto.
Porém em Apocalipse o apóstolo João foi levado ao Céu e teve um entendimento (da ótica celestial) do que irá acontecer com a Terra. Este não é um livro que se decifra na carne, mas no Espírito.
Filhos a partir da Cruz
O dispensacionalismo, que é uma nova doutrina extra-biblica, difundida a partir do séc 19, portanto não autorizada pelo cânon da Igreja do século 1, quer no fazer crer que Deus tem dois povos: Israel e a Igreja e que hoje vivemos a Era da Igreja.
Mas na Tribulação o mundo viverá a Era de Israel.
Nesta era, o Redentor vai tratar com Israel e no Céu teremos dois povos diferenciados vivendo lado a lado: Israel e a Igreja. Isso é antibíblico e anula a Cruz.
A simples leitura, mesmo superficial de Efésios 2, já nos comprova que essa ideia de dois povos é contrária à Bíblia e portanto espúria e herética.
O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com o Salvador os dois em um só corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade.” Efésios 2.14-16
É tão revolucionário o que Paulo disse nesses dois versículos, que mesmo as pessoas lendo em suas Bíblias, podem não aceitar o que está escrito.
Reconciliação em Jesus
Ele (Jesus) é a nossa paz, que de ambos (os gentios – que são todos os povos do mundo – e Israel) destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo (o Corpo de Cristo segundo Efésios 1 e 1 Coríntios 12, é a Assembléia dos santos).
A Lei dos Mandamentos expressa em ordenanças (está anulado as Leis do Antigo Testamento e vigoram agora as Leis do Novo Testamento).
O objetivo da Divindade era criar em si (ou a partir de si), dos dois (os gentios e Israel) um novo homem (ou uma nova natureza, não sujeita à carne, às leis do pecado), fazendo a paz (reconciliação).
Reconciliando com a Divindade os dois em um só corpo (a Igreja), por meio do madeiro, pela qual ele destruiu a inimizade (ou as diferenças entre o povo escolhido no Antigo Testamento: Israel e os outros povos: os gentios).
O dispensacionalismo anula a cruz
Vê, dois versículos apenas são suficientes para derrubar toda a doutrina dispensacionalista.
Não existe na Bíblia essa ideia de dois ou mais povos depois da cruz, na lista de salvos, só existirá um: O corpo de Cristo. Romanos 12.5
A doutrina dispensacionalista anula a cruz, sendo que Cristo veio para unir todos os povos agora em um só.
A cruz, finda com a divisão de um povo separado por Deus, afirmando agora que todos são chamados.
Jesus no madeiro une os povos e qualquer divisão depois disto, é anulação da Graça Salvadora.
O dispensacionalismo é uma doutrina maligna que grosseiramente anula a Cruz de Cristo. Anulando a ação do Calvário, anula os planos de salvação firmados por Jesus.
Consequentemente esta perde o sentido de ser unificadora dos povos. A cruz e a Igreja, e portanto a obra de Cristo, são todos anulados no dispensacionalismo.
O dispensacionalismo foi um aprimoramento do erro, pois agora tem, não dois povos para lidar, mas três: os gentios, Israel e a Igreja.
Quando começam a explicar a sua doutrina, em algum momento os gentios são relevantes, como se simplesmente não fossem mais importantes.
Milhões de pessoas, de repente não são mais importantes e não entram em lugar algum mais em nenhuma solução de salvação.
O dispensacionalismo não sabe lidar com a remição corretamente e abandona a humanidade não salva ao léu.
Se o cara não é Israel, ou não é comunidade eclesials, está literalmente perdido, segundo o dispensacionalismo. O dispensacionalismo é uma doutrina grosseira, herética e antibíblica.
A operação do erro
Creio que o Teólogo hoje tem dupla função: ensinar a Teologia, mas também rebater as heresias que confrontam o cristianismo.
Essas verdades que estou expondo a você e que são muito claras, estando escritas em todas a Bíblias de todos no mundo inteiro, mesmo sendo explicadas e comprovadas, ainda assim não são aceitas por todos.
A Bíblia afirma que existe uma coisa chamada Operação do Erro. Segundo a NVI, a operação do erro como um poder sedutor (2 Tessalonicenses 2.1-12).
É uma cegueira das verdades da Bíblia, para que alguns não sejam salvos.
Nós os que não estamos cegos devemos agradecer a Deus, que nos abriu o entendimento para os ensinos reais da Bíblia, assim como devemos orar pelos outros, para que sejam abertos os seus olhos também.
A Operação do Erro é tão clara, que seguimentos inteiros de templos cristãos abraçam erros grosseiros, não bíblicos, como se fossem a verdade revelada da Bíblia.
Fica, mais uma vez então, comprovado que o dispensacionalismo é uma doutrina não bíblica, portanto uma heresia.
Sendo assim, os ensinos do dispensacionalismo, todos eles, até mesmo a volta de Cristo pré-tribulacional, estão errados.
Dizer que as Cartas para a Igrejas de Apocalipse não são para Apocalipse, é no mínimo é estranho.
Dizer que o Espírito Santo será retirado da Terra, ou que não haverá salvação em Apocalipse, é contrário à Bíblia.
Qualquer pessoa que ler Apocalipse verá a palavra redenção escrita ali mais de uma vez.
E se houver salvação em Apocalipse estará vigorando o Espírito salvando e transformando a todos em Igreja.
A verdade da cruz
O que precisamos definitivamente entender é que Deus tinha em seus planos. Deus sabia que criando a humanidade essa iria pecar.
Ele já havia previsto esta situação e criado uma maneira de salvar toda a humanidade, unindo-a através de Jesus.
O Altíssimo deu Leis e Mandamentos a Israel no Antigo Testamento, para que ele pudesse ter condições mínimas de santidade para gerar O Santo.
Vindo Jesus, Ele uniria os povos gentios e Israel, anulando as Leis, os Mandamentos, as Ordenanças, que seriam para trazer o Filho à existência.
O Filho estando entre nós, o Plano traçado originalmente antes dos tempos pela Trindade agora vigoraria.
A partir da Cruz, todos serão um novo homem, uma nova raça, um novo povo. Em Cristo, o futuro da humanidade. Glórias a Deus!
E mesmo que alguns queiram negar, saudosistas do tempos de glória de Israel, se esse povo, assim como todos os povos, não se resolver com a cruz, não poderá ser salvo.
Ninguém será salvo fora do sacrifício vicário de Jesus. Os gentios e Israel, a partir do sacrifício do Sacrificado, são transformados em Assembléia dos Santos.
A remição está na Igreja, em ser parte do Corpo de Cristo. Essa ideia de um povo diferenciado é falta de compreensão que Israel iria gerar o Messias.
Deus poderia, se quisesse, levantar o Messias de qualquer povo, pois todos os povos tem origem em Adão e Eva.
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As barreiras de inimizade que foram criadas, foram criadas por nós e não por Deus.
E quando Israel tiver seus olhos abertos e entender que Jesus é o Messias, haverá a iluminação do Espírito Santo. Ninguém é salvo de outra forma.
Dizer, também, que Israel será salvo, sem estar em Cristo, é uma falta de compreensão tão grande da obra de Cristo, que beira à insensatez.
Cuidado, com qualquer doutrina, que anule a cruz. Mesmo essa doutrina sendo simpática e aceita pelo mundo todo.
Na cruz todos somos filhos de Deus, por iguais. O único Filho diferenciado é Jesus, o primogênito dos irmãos. Amém!
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