grande-sinédrio

Amigo, aqui em São Paulo temos uma unidade de atendimento a população em que num único lugar é oferecido diversos serviços pelo poder público ao povo, desde a emissão de carteiras de identidades a renovação de CNH. O lugar é chamado de Poupa Tempo.

Bem, falei do Poupa Tempo para ilustrar a importância do Grande Sinédrio na vida jurídica e politica do povo israelita nos dias de Jesus, é como se fosse um Poupa Tempo jurídico. O Grande Sinédrio era o Supremo tribunal dos judeus.

Vamos explicar sobre o Grande Sinédrio, seu funcionamento e implicação na vida social do povo judeu daqueles dias.

Veremos que houve uma injustiça flagrante no julgamento de Jesus, mas assim foi para que se cumprisse as Escrituras, conforme palavras do próprio Jesus.

O Grande Sinédrio era um tribunal de justiça, conselho político e escola de teologia. A palavra grega “Synedrion” é uma tradução exata do termo “concilio” significando: assembléia, senado.

A tradição judaica apoiava o seu surgimento nos dias de Moisés (Nm 11), porem, nem os livros históricos, nem os proféticos, mencionam qualquer instituição que pudesse ser identificada com o Sinédrio.

O nome “Synedrion” pela qual a instituição se tornou conhecida, sugere uma origem nos dias de Antioco III (223-187 AC), mas, foi sob o reinado de João Hircano (134-104 AC), que vemos esta assembléia em ação, sendo então uma espécie e corpo representativo das famílias importantes.

Constituição do Grande Sinédrio

O Sinédrio se compunha em partes quase iguais, dos príncipes dos sacerdotes e os representantes das 24 classes sacerdotais (1 Cr 24), dos 24 anciãos que representavam o laicado (Mt 21. 23; 26.3), e escribas e doutores da Lei, peritos na interpretação da Lei em assuntos tanto religiosos, como civis.

Quanto às atividades do Sinédrio, Daniel-Rops nos dá um quadro preciso: “Nas causas civis a iniciativa partia dos interessados.

Nas criminais, exigia um acusador. Cabia então a pessoa prejudicada ou os parentes da vitima, ou mesmo a qualquer pessoa que tivesse suspeita ou conhecimento de um crime, levar o fato aos juízes.

Devia ser realizado um inquérito antes do julgamento e os resultados do mesmo eram reunidos e entregues a dois secretários. 

No dia marcado, cada secretário tinha em seu poder documentos relativos a um dos lados, no caso de um assunto civil. Nas questões criminais um dos secretários ficava com os papéis da defesa e o outro da acusação.

Antes de iniciar a sessão o “Shema Israel” era recitado. Testemunhas, principalmente oculares, eram exigidas, pois as pessoas que tivesse ouvido, mas não visto não recebiam crédito. 

As testemunhas eram escolhidas com o máximo cuidado: mulheres, menores, escravos, surdos, mudos e cegos não eram aceitos. Os parentes próximos do acusado, igualmente estavam impedidos.

Depois de ouvidas a acusação e defesa, o réu apresentava sua própria defesa e depois é que o tribunal deliberava e pronunciava a sentença. “O veredicto era executado de imediato no caso de absolvição do acusado, mas adiado por 24 horas se fosse contra ele”.

A ilegalidade do julgamento de Jesus

No julgamento de Jesus a ilegalidade é tão flagrante que em nossos dias comissão de teólogos e juristas repetidamente estudam o caso.

Em vista destas circunstâncias fazemos coro com o PR. J. Sidlow Baxter: “Tudo isto naturalmente se relaciona com as circunstâncias da vida e morte do Senhor, como registrado nos Evangelhos. A regra de que ninguém podia ser julgado à revelia lembra imediatamente o ponto de ordem de Nicodemos”. Jo 7. 51

Temas Relacionado:

O fato de o Senhor ter sido levado á noite diante do ex-sumo sacerdote Anás (Jo 18. 13). A farsa do julgamento do turno, perante Caifás no palácio do sumo sacerdote (Jo 19. 27).

A sentença de execução sem um dia de intervalo, sem mencionar outros aspectos, foram absolutamente contra o código de imparcialidade do Sinédrio.

Aguarde nosso próximo painel, Conhecendo a Sinagoga, retrato da Igreja moderna

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Categories: Estudo Bíblico

Juraci Rocha

Juraci Rocha é o editor do site Filhos de Ezequiel. Os escritos de Juraci Rocha são informativos, envolventes, divertidos e desafiadores. É instrutivo ler seus estudos e conhecer seus pontos de vista práticos e profundos sobre o tecido da fé cristã.

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