Tanta correria, não é mesmo? E com tanta coisa a ser feita nós acabamos envolvidos com tantas coisas no cumprimento da obra do Senhor, que acabamos por deixar passar o aspecto mais básico na obra, o mais primordial e que coroará nosso ministério. E é sobre este tema que vamos tratar nas linhas a seguir O ministério pastoral e suas implicações.
O pastor cuida em pregar mensagens que dirigirá a ovelha para Deus, visando salva-la encaminha-la a ao aprisco do Senhor. A responsabilidade é tremenda, pregar e orientar ao rebanho, estabelecendo um futuro dentro da Palavra de Deus para o rebanho, até que o mesmo possa entrar no céu, até ver cumprida a obra e propósitos do Senhor.
Deus vai levantando homens e mulheres, no que chamamos a preservação divina do seu pacto e passam-se gerações e mais gerações e cai um pastor. Outro é afastado.
Um terceiro é aposentado, e Deus não deixa de estar levantando alguém, para que a obra se perpetue. Deus guia suas ovelhas através de seus escolhidos, sendo que alguns parecem ser mais escolhidos do que outros.
O preço do ministério pastoral
Não pense que um grande líder de um grande ministério é aquele que mais parece está com o burro na sombra, o contrário seria a mais extrema verdade.
Ele é a pessoa que menos dorme, ou dorme sobressaltado, sabendo que alguém pode lhe ligar a qualquer hora da noite, ou do dia. É a pessoa mais requisitada em seu ministério e acaba sem tempo, muitas vezes até sem almoçar.
É o preço do ministério. É a agenda lotada, os compromissos infindáveis, a falta de férias, o lar que também cobra a sua presença. A preparação constante de novas mensagens que falem com o rebanho e o direcione. Soma-se a tudo isto a rejeição ministerial e a solidão ministerial.
O tempo que precisa ser dedicado à oração e ao jejum. O devocional diário que é necessário fazer. Mas no meio disso tudo, nunca, jamais, podemos esquecer que lidamos com um rebanho e com o destino eterno dessas mesmas ovelhas.
A responsabilidade é absurda, e é um tremendo privilégio. Ter um ministério pastoral não é pra qualquer um. Ser pregador, profeta, não é pra qualquer um, é um privilégio dado por Deus.
É a confiança de Deus em homens falhos, que esses mesmos homens falhos vão cumprir a risca suas ordens e vão conseguir sim, levar a sua geração até Deus. Cada geração tem suas particularidades e precisamos sabê-las, para melhor fazer a obra.
A trilha na selva fechada do mundo
O Pastor Ed Kivitz da IBAB definiu o andar cristão como andar numa mata fechada. Diz ele que a idéia que tem é que a mata é uma picada, uma trilha, onde alguém precisa ir avançado, com um facão, abrindo toscamente o caminho para que o rebanho passe. Quem nos guia?
Como saber qual curva escolher, que montanha subir, ou que vale descer? O Espírito Santo nos guia, através da Sua Palavra. Por isso precisamos pregar o que Deus manda e não o que acho melhor, eu não sei o que tem na próxima esquina, mas Deus o sabe.
Define ele na mesma mensagem que a congregação não anda pelo passo da ovelha mais avançada, a que sabe mais, a mais forte, o contrário é a verdade.
A Igreja anda pelo passo da ultima ovelha, da mais nova, ou da mais velha; ou da doente, ou ferida. Pense literalmente num rebanho de ovelhas e veja como isso é a mais pura realidade.
Deus busca pessoalmente as suas ovelhas
O profeta Ezequiel num rasgo de eloquência retrata sete tipos de ovelhas na sua manifestação profética. Ez 34.10-16
Ovelhas perdidas. Existem milhões de ovelhas perdidas espalhadas pelo mundo. São cordeiras sem rumo, sem futuro, sem esperança, sem fé. A Igreja precisa buscar essas ovelhas, onde elas estiverem.
Ovelhas desgarradas. As ovelhas desgarradas já foram do rebanho de Jesus, mas iludiram-se com o mundo, ou decepcionaram-se com o rebanho. Cresce o numero dessas ovelhas magoadas, feridas, escandalizadas. Vamos busca-las, precisamos.
Ovelhas fracas, quebradas, quebrantadas. Essas ovelhas são do rebanho, mas não conseguirão seguir sem auxilio. As ovelhas fortes têm que suportar as fraquezas das fracas e praticar tudo o que for bom para edificá-las (Rm. 15. 1 e 2). São irmãos que caíram em tentação e que precisam de tratamento para corrigir as fraturas. Gl 6. 1 e 2
Ovelhas doentes. A Igreja é um hospital que trata dos males que afligem a alma humana. A terapia ministrada resultará no desfrutar das bênçãos conquistadas para nós na cruz: vida em abundância (Jo 10. 10), paz de Cristo (Jo 14. 27 e 16. 33) e alegria de Cristo. Jo 15. 11 e 17. 13
Ovelhas gordas e fortes. Essas ovelhas são rebeldes, egoístas, que maltratam as fracas, impedindo-as de comerem e beberem. Pastores muitas vezes, deixam de pregar a verdade, para não ferir ovelhas, pra não incomoda-las, mas é muito melhor arrancar o tumor e cura-las do que saber, que mais tarde queimariam no inferno.
Existem muitas ovelhas gordas dentro das igrejas, que estão pesadas, não conseguem fazer nada e ainda por cima , dificultam o trabalho dos lideres, sendo usadas pelo diabo, para distrai-los.
O relacionamento entre um pastor e seu rebanho é um relacionamento de vida ou morte. Ser um pastor significa ter um relacionamento sem barreiras e sem limites com o rebanho. Um não pode viver sem o outro, tem de estar irmanados.
O destino do pastor e das ovelhas se torna tão ligado um ao outro que o pastor não aceita viver sem as ovelhas e nem elas podem viver sem o pastor.
A parábola das cem ovelhas
Jesus contou a parábola das cem ovelhas para mostrar o valor que tem uma única ovelha. (Lc 15. 1-7). Esta lição que Ele deixou é inesquecível. Tendo cem ovelhas um pastor deixou as noventa e nove e foi atrás da ovelha perdida, desgarrada e só voltou, quando a encontrou.
Acredito que ele deixou as noventa e nove no aprisco, guardadas, alimentadas, e foi em busca da pequena ovelha que ele amava tanto que o impedia de descansar e dormir, sem que a encontrasse. Existem lobos ferozes prontos a atacar as pequenas ovelhas.
Davi enfrentou um leão que queria matar as ovelhas. Depois veio um urso e ele o matou também. O relacionamento do pastor e as ovelhas é de vida ou morte. O responsável pela vida, pela alimentação, pelo descanso, pelo bem estar da ovelha é o pastor.
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Esse pastor da parábola ao encontrar sua ovelhinha que a trazendo no ombro, ao chegar a casa, da uma festa, dizendo: “Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha perdida”.
Paulo Sérgio Lários
Paulo Sérgio é Presbitero, tecnico de informática e escritor |
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