Invariavelmente nos damos conta de apenas uma Mesa na Igreja: A Mesa da Comunhão, comumente abreviada como A Ceia de Cristo.
Porém dificilmente nos damos conta de uma outra mesa: A Mesa da Palavra.
Uma questão surge ao falarmos disso: A Mesa da Comunhão tem o mesmo valor da Mesa da Palavra?
A resposta só pode ser sim, pois a Mesa da Comunhão e a da Palavra estão intimamente ligadas: uma indica a necessidade da outra.
A liturgia do culto demonstra que ele desenvolve-se em uma mesa dupla. A Igreja nasce da Comunhão, mas nasce também da Palavra.
Cada uma tem sua importância e valores a nos ensinar, juntas elas se complementam.
O propósito da Cruz não foi salvar indivíduos isoladamente, mas criar uma nova comunidade, cujos membros estivessem ligados a Cristo, amassem uns aos outros e fosse um referencial de amor e perdão ao mundo.
Jesus morreu em solidão, rejeitado por sua própria nação e desertado pelos seus discípulos, sendo traído por um deles.
Mas do dia do Pentecostes em diante, ficaria claro que a conversão a Jesus significaria conversão também à comunidade de Jesus Cristo.
Pois as pessoas se voltam de si mesmas, para uma nova sociedade, reunida ao redor de uma mesa.
A Mesa da Comunhão – A Ceia de Cristo
A Ceia é o anúncio da morte, da ressurreição, da vitória e da volta de Cristo. A Ceia juntamente com o batismo constitui a Doutrina Bíblica das Ordenanças.
A aceitação das ordenanças anunciam que houve um evento na história que muda o futuro das pessoas que creem em Cristo.
Este evento foi a encarnação do Deus Filho, e que fala da sua vida, da sua morte e da sua ressurreição.
A Santa Ceia é a provisão e lembrança do registro histórico, e que é celebrada pela Igreja todos os meses.
Perdoados, recebemos a salvação. O perdão que recebemos coloca-nos em condições de perdoar.
É uma celebração da vitória de Cristo na nossa vida.
Fomos perdoados e agora também perdoamos. A Ceia é a celebração na história da salvação e seus efeitos eternos.
Somos cientes de que Cristo está vivo e que voltará.
É a vitória sobre o passado que tivemos. E se não soubermos tratar o passado, não vamos poder ter futuro.
Nós vamos ficar presos ao passado e simplesmente anulamos o presente, porque o presente será uma mera continuação do passado e não vamos construir nenhum futuro.
Então a Ceia é um elemento importante, pois nos livra do passado em relação a ira de Deus.
Aceitamos o perdão de Jesus como suficiente pelos nossos atos e término definitivo do nosso processo de condenação.
A celebração do perdão
Fomos perdoados e não precisamos viver mais à sombra dos erros que cometemos. A Ceia é a celebração do perdão que recebemos.
Em Jesus, reconhecemos a necessidade de pedir perdão, caso porventura tenhamos cometido alguma falta.
Através de Jesus, fomos perdoados por Deus. Não vivemos mais condenados.
Somos em Deus cristãos completos, mesmo que alguém não nos perdoe, pois estamos em Deus perdoados de toda ofensa.
A Ceia é uma libertação do passado.
A vida é uma soma de tudo o que me trouxe até aqui e se eu não conseguir tratar o que me fez chegar aqui, eu não consigo ir a nenhum lugar e vou ficar estancado.
A outra celebração na Mesa da Comunhão é que voltamos a ter comunhão com o Pai, de onde não deveríamos ter saído.
Voltamos ao Pai por meio de Cristo. Ele diz: Eu sou o caminho, a verdade e a vida e vou levar você até o Pai.
E a partir dai, celebramos o reencontro com a humanidade. É o reencontro com os demais humanos.
Se nós estamos em Cristo e Cristo está em nós, então Ele opera no mundo.
A Mesa da Palavra
A Mesa da Palavra é o púlpito, onde a Bíblia é pousada para que o obreiro pregue. Mas não basta fazer um ajuntamento de versículos e explicá-los, é preciso ligá-los com a realidade da comunidade ouvinte.
A Palavra pregada precisa fazer arder os corações, abrindo-os à conversão e á transformação pessoal.
Pregar não é um ajuntamento de versículos, mas a interpretação das verdades bíblicas de forma devocional com o intuito de convencer para Cristo e de se chegar a resultados concretos.
Pregar não é uma falação sem sentido. E não é falar qualquer coisa também.
Pregar é falar das coisas de Deus, mas mesmo isso não é de qualquer jeito. A Palavra é um direito que o povo tem de facilmente compreender a vontade de Deus.
O pregador, para honrar a Mesa da Palavra, que é o pulpito, precisa estar atualizado com o texto da Palavra, seu sentido, e mais do que a letra, o espírito da Palavra.
A razão que Deus quer transmitir ao povo através do Espírito.
A estrutura básica da pregação
O pregador deve entender ainda, o coração e as dificuldades do povo a ser ministrado. Porque pregação não é apenas recordação da Palavra.
A pregação deve ser conversa e vivência. Ela precisa falar ao coração do povo, tocá-lo, convence-lo. A estrutura básica da pregação é começo, meio e fim.
O começo é a apresentação do assunto, ligado ao contexto do momento da comunidade ou do mundo. Aqui mostra-se o objetivo da pregação.
O meio é a abordagem do assunto iniciado. Aqui é desenvolvido os argumentos a serem mais do que explicados, interpretados para o nosso momento e a nossa realidade.
Erra quem não atualiza o texto ao mundo em que vivemos.
A sequência dos argumentos devem ser sempre dos menos importante aos mais importantes.
Temas Relacionado:
- A pregação no nível básico (retórica)
- Hermenêutica, como estudar e interpretar a Bíblia
- Ressurreição, Jesus manifesta seu poder sobre a morte
O fim é a conclusão da pregação. Conclamar aos ouvintes para renovar a fé e fazer ações ao que a Palavra propôs.
Vemos assim que as duas mesas estão intimamente ligadas, pois o ato da comunhão é a prática litúrgica, e a Palavra é a exposição desse ato.
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