na cova dos leões

Sem dúvida, uma das passagens bíblicas mais famosas, é a que está narrada no livro do profeta Daniel. A passagem conta a história de como o profeta Daniel foi jogado na cova dos leões, por ordem do Rei da Babilônia. 

Esse costume era comum naquele tempo, e servia de castigo a todos que infringissem demasiadamente as leis, ou que por algum motivo ofendessem o Rei de alguma forma. 

Do ponto de vista moral, podemos dizer que Daniel, ao ser lançado aos leões, foi vítima de uma conhecida fraqueza humana: a inveja.

Mas, antes de falarmos sobre o episódio em si, vamos saber mais sobre esse homem que se destacou como um dos principais profetas de seu tempo.

Esses relatos foram gravados no Livro dos livros: A Bíblia.

Quem foi Daniel na Bíblia

O nome Daniel (do hebraico) significa “aquele que Deus julga”, “Assim Deus julgou”, ou ainda “Deus é meu juiz (Julgador)”. 

O nome que lhe foi dado, quando entrou em cativeiro na Babilônia, foi Beltessazar.

Daniel dentre outros grandes nomes, é um dos profetas que figuram no Antigo Testamento Bíblico (eventos ocorridos antes do nascimento de Jesus).

Quando o rei Jeoaquim estava no terceiro ano de seu reinado em Judá, Nabucodonosor, Rei da Babilônia fez um ataque à Jerusalém, conquistando e saqueando objetos valiosos do Templo.

Portanto, Nabucodonosor acabou levando esses artefatos para a Babilônia e colocando-os no tempo de seu deus, dentro da sala do tesouro.

Também pediu que seu chefe de serviços do palácio, Aspenaz, escolhesse jovens da família real e de outras famílias nobres para que fossem levados como escravos.

As ordens incluíam que esses rapazes fossem de boa aparência e não tivessem defeitos físicos, além de possuírem inteligência, instrução e capacidade de servirem no palácio.

Além disso, deveriam estudar os escritos babilônicos e aprenderem a língua.

Nome babilônico de Daniel

Daniel, foi um dos escolhidos, juntamente com Hananias, Azarias e Misael, todos eles pertencentes à tribo de Judá. Os nomes babilônicos que lhes foram dados foram: Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, na ordem.

Daniel permaneceu no palácio até o início do reinado de Ciro, sendo muito respeitado, até mesmo pelos governantes, por ser um homem de extrema inteligência.

Atribui-se a ele a autoria e protagonização de um dos livros do Antigo Testamento da Bíblia, o livro que leva seu nome, Daniel.

Outros livros levam nomes de outros profetas, mas não necessariamente foram escritos por eles.

Longe de ser uma autobiografia, ou um relato da vida dura dos judeus em cativeiro, essas narrações relatam principalmente os principais entraves ocorridos na vida desse estadista-profeta e também na de seus amigos.

Acredita-se que Daniel tenha morrido aos 85 anos na cidade de Susa, onde provavelmente existe uma tumba com seu corpo.

Esse lugar é chamado de “Shush-Daniel”.

A arqueologia resgata os livros de Daniel

Nas grutas de Qumran é o local onde os fragmentos do Livro de Daniel foram encontrados.

Na primeira gruta os três primeiros fragmentos que foram publicados por D. Barthélemy e J. T. Milik, em Discoveries in the Judaean Desert I: Qumran Cave I (Descobertas no deserto da Judéia l: Caverna 1 de Qumran), (Oxford, 1955), pp. 150–152.

Esses fragmentos vêm de um mesmo livro, ou dois rolos, onde os capítulos 1 e 2 foram escritos por um escriba e o capítulo 3 por outro.

As diferenças de tradução e significado foram consideradas mínimas, o que atesta que o livro de Daniel está do mesmo jeito de quando foi escrito.

Na quarta gruta de Qumran havia fragmentos de couro de três manuscritos do profeta, que ainda não haviam sido publicados em 1984.

Porém as informações são de que encontram-se em boas condições e trazem muitas partes do Livro.

A sexta gruta continha vários fragmentos de papiros que foram publicados por M. Baillet em Discoveries in the Judaean Desert III: Les Petites rottes de Qumran (Descobertas no deserto da Judeia III: as pequenas grutas de Qumran), (Oxford, 1962).

O sacrifício na Cova dos Leões

Como falamos no começo desse texto, Daniel foi vítima de inveja por parte de outros dirigentes que, como ele, detinham grande poder no governo da Babilônia.

A história conta que o Rei Dario gostava muito de Daniel, devido à sua sabedoria, lealdade e presteza na prestação dos serviços ao palácio e ao rei propriamente dito.

Porém esses outros dirigentes tinham ciúme de como Daniel era preferido. Eles tentavam em vão, encontrar uma maneira de se livrarem dele de uma vez por todas.

Como Daniel sempre foi correto e cumpria com suas obrigações exemplarmente, nunca encontravam um motivo que os levasse a colocá-lo contra o Rei, ocasionando uma ruptura definitiva e mortal.

Daniel é condenado por orar

Foi então que, usando de um ardil religioso, e sabendo que Daniel orava para seu Deus fielmente todos os dias, fizeram com que o Rei assinasse uma lei que condenasse aos leões, todas as pessoas que intercedesse a outro deus dentro de um período de 30 dias.

Eles sabiam que Daniel oraria a seu Deus nesse período. Quando o surpreenderam orando, levaram-no ao Rei, que só então, entendeu o porquê da criação da lei que havia assinado.

Sua estima por Daniel era muito grande e ele sabia que, como rei, não poderia livrá-lo da pena sem trazer ainda mais problemas para o jovem e para ele mesmo.

O rei Dario então se viu obrigado a ordenar que Daniel fosse atirado aos leões, dizendo a ele que pedisse a seu Deus que o salvasse.

Descrição de Daniel na cova dos leões.

na cova dos leões

A imagem acima é poderosa, ela mostra Daniel na cova dos leões. Nota-se que Daniel está de mãos atadas. Nada impede um ataque, mas note que alguma coisa em Daniel perturba os leões. 

A leoa a direita procura se esconder. O leão mais jovem a esquerda também está amedrontado, enquanto o leão que parece ser o mais velho (no centro) parece estar triste. 

O líder do bando (no centro) está com os olhos vidrados. A leoa lá atrás (a direita) rosna, mas note que ela apesar de ser uma fêmea dominante, recuou.

Não há dúvidas, neste momento um anjo está transfigurado em Daniel.

Naquela noite o rei não conseguiu dormir. Logo pela manhã, ele correu até a cova dos leões e gritou pelo nome de Daniel, porém sem muita esperança de voltar a vê-lo.

Ficou surpreendido quando Daniel disse que Deus havia enviado um anjo que selou a boca dos leões, impedindo-os de atacá-lo.

Depois desse acontecimento, o rei Dario mandou que os homens que haviam tramado contra Daniel fossem atirados, junto de suas famílias, na cova dos leões.

Todos foram atacados antes mesmo de chegarem ao fundo do covil.

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Dario ordenou que o povo de seu reino passasse a respeitar o Deus de Daniel, pois ele operava muitos milagres e havia salvo Daniel de ser devorado por leões.

Temos nessa história, o bem representado por Daniel, sendo recompensado com a vida. Mas também essa recompensa vindo de sua lealdade a seu Deus (a fé).

Os outros homens que o queriam longe não faziam idéia, de que a fé forte de Daniel, o salvaria de um destino cruel e muito comum naquele tempo.

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Juraci Rocha

Juraci Rocha é o editor do site Filhos de Ezequiel. Os escritos de Juraci Rocha são informativos, envolventes, divertidos e desafiadores. É instrutivo ler seus estudos e conhecer seus pontos de vista práticos e profundos sobre o tecido da fé cristã.

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Daniel na cova dos leões (Capítulo 6)

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