O Banquete de Belsazar
O grandioso banquete de Belsazar

O Livro do Profeta Daniel, está cheio de histórias acerca dos dias vividos como escravo e administrador do reino Babilônico. Dentre estas histórias, uma é muito peculiar, ela ficou conhecida como o Banquete de Belsazar.

Durante a fatídica festa, uma mão misteriosa aparece escrevendo três palavras na parede. Sem dúvida, esse é mais um momento onde o Deus de Israel resolveu intervir para mostrar sua onipresença.

A pronta intervenção tinha por objetivo fazer com que o Rei da Babilônia entendesse o quanto estava sendo arrogante e completamente desrespeitoso em sua festa.

Todas as passagens da Bíblia possuem um cunho emocional e educativo.

Nestas passagens, Deus mostra às pessoas elementos de moral e fé, ilustrando com histórias para que as pessoas da época pudessem entender.

Essas histórias ficaram até hoje gravadas no Livro dos livros e é por isso que podemos também nos servir desses ensinamentos para aumentarmos nossa fé e melhorarmos nossos aspectos morais.

Antes de conhecermos a história do banquete de Belsazar, vamos ver quem foi esse homem, e porque ele era tão poderoso naquela época.

Quem foi Belsazar

Belsazar é o filho mais velho de Nabonido com Nitócris, filha de Nabucodonosor, logo é neto do outrora Rei da Babilônia. Seu nome significa “Bel, proteja o rei!”, e ele foi o último Rei da Babilônia.

A relação de reis da Babilônia não relaciona Belsazar, colocando Ciro como o sucessor direto de Nabonido e que reinou por dezessete anos.

Acredita-se que Belsazar tenha reinado juntamente com seu pai Nabonido, e por isso seu nome não apareça como um rei independente na lista de Reis de Uruk.

Uma outra evidência de que Belsazar reinava juntamente com seu pai, é que a recompensa oferecida para quem decifrasse o que a mão misteriosa escreveu na parede, era o “terceiro” lugar no reinado (primeiro = Nabonido, segundo = Belsazar, terceiro = quem decifrasse a escrita).

Evidências arqueológicas

Com a falta do nome de Belsazar na lista dos reis Babilônicos, durante muito tempo o texto do livro de Daniel foi colocado em dúvida, já que não existiam referências que comprovassem a existência desse rei.

Mas, em 1854, Sir Henry Rawlinson (soldado e orientalista Britânico e um dos fundadores da Assiriologia), encontrou uma inscrição de Nabonido onde ele faz referência a seu filho mais velho.

Também no final do século XIX, recibos, contratos e outros documentos datados do terceiro ano de Marduk-sar-uzur, que faz correspondência a Belsazar.

O Banquete de Belsazar

A descrição do Banquete de Belsazar está no capítulo 5 do Livro de Daniel, versículos 1 a 30. 

O rei Belsazar realizou um banquete gigantesco para mil de seus nobres, bebendo muito vinho junto com eles.

Enquanto estavam bebendo, ele pediu aos seus súditos que fossem buscar as taças de prata e ouro que seu avô, Nabucodonosor havia roubado do templo de Jerusalém.

Essas taças de prata e ouro, que estavam no Templo do Deus de Israel, serviriam para seus nobres beberem vinho, e também suas mulheres e concubinas.

As taças foram trazidas, e todos eles beberam delas de acordo com a vontade de Belsazar.

Durante o consumo desse vinho, nas taças que eram de Israel, os homens e mulheres fizeram louvações aos deuses que estavam presentes em estátuas de prata, ouro, ferro, bronze, pedra e madeira.

A escrita na parede

Em um determinado momento, surgiram os dedos de uma mão humana. Estas começaram a escrever na parede, no local onde havia mais luz dentro do palácio.

O rei muito perturbado com essa aparição, ficou observando a mão enquanto ela escrevia. 

Sua palidez era imensa, e estava tão assustado que suas pernas ficaram bambas e os joelhos batiam um no outro.

Muito nervoso, Belsazar mandou, aos berros, que os adivinhos, astrólogos e encantadores fossem chamados ao palácio imediatamente.

Assim que eles chegaram Belsazar disse: “Aquele que ler essa inscrição e ainda interpretá-la, me mostrando o que significa, será coberto com um manto vermelho, receberá uma corrente de ouro em seu pescoço, e será o terceiro em importância dentro do reino”.

Todos os sábios do reino vieram, mas não conseguiram ler, nem interpretar a inscrição que a mão misteriosa havia deixado na parede do palácio.

Com isso, o rei ficou ainda mais nervoso, e sua palidez aumentou muito, deixando seus nobres muito alarmados.

Daniel é chamado a presença de Belsazar

Ouvindo os gritos do rei e dos nobres, a rainha veio até a sala do banquete e disse a Belsazar para que não ficasse tão assustado.

A rainha informa que ali mesmo no reino havia um homem que outrora fôra aclamado por Nabucodonosor como chefe dos magos, dos encantadores, dos adivinhos e astrólogos.

Que esse homem possuía o espírito dos santos deuses, e era um iluminado com inteligência e sabedoria igual a dos deuses. Igualmente sabia interpretar sonhos e resolver mistérios e qualquer tipo de enigma.

A rainha referia-se a Daniel. Prontamente, ele foi chamado à presença de Belsazar, que lhe ofereceu as mesmas coisas que já havia oferecido antes a todos os outros sábios.

Os prêmios era um manto vermelho, a corrente de ouro, e o terceiro lugar em importância no reino.

Mas Daniel recusou esses presentes, dizendo que o rei poderia guardá-los para dar a outra pessoa, mas que leria e interpretaria a inscrição para Belsazar.

Daniel decifra a escrita

Daniel explicou ao Rei que quem havia sido agraciado com a soberania, majestade, glória e grandeza.

Entretanto, ele podia dispor e dispunha de vidas, ao seu bel prazer, usando ao máximo seu poder.

No entanto, quando esse rei tornou-se arrogante e endurecido devido ao excessivo orgulho, foi deposto de seu trono, expulso do meio dos homens, e sua mente tornou-se como a de um animal.

Outrora poderoso, Nabucodonosor passou a viver com animais selvagens e a comer capim como bois, até que reconheceu que Deus é quem resolve quem fica no poder.

Porém, Belsazar, não se humilhou perante ao Deus Altíssimo.

Ainda agravou a sua situação, pois havia mandado trazer as taças do tempo desse senhor para que os nobres e suas esposas e concubinas bebessem desses artefatos.

Os convidados estavam louvando os deuses ao invés de dar glórias ao Deus da vida. Por conta dessas atitudes é que a ele enviara a mão para dizer:

Esta é a inscrição que foi feita: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM.
“E este é o significado dessas palavras: Mene: Deus contou os dias do teu reinado e determinou o seu fim.
Tequel: Foste pesado na balança e achado em falta.
Peres: Teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas”. Daniel 5:25-28

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Mesmo a contragosto, Daniel foi vestido com o manto vermelho. Entrementes, ele recebeu a corrente de ouro em seu pescoço e foi proclamado o terceiro homem mais importante no reino.

Porém, naquela noite Belsazar foi morto, e Dario, o medo tomou posse do reino quando fazia 62 anos.

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Categories: O Rico e Lázaro

Juraci Rocha

Juraci Rocha é o editor do site Filhos de Ezequiel. Os escritos de Juraci Rocha são informativos, envolventes, divertidos e desafiadores. É instrutivo ler seus estudos e conhecer seus pontos de vista práticos e profundos sobre o tecido da fé cristã.

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